
tanya:
experimento para
um encontro
O nosso segundo trabalho, Tanya: experimento para um encontro, realizado dentro da III Mostra Move: Grupos de Teatro, a convite do Grupo Obragem de Teatro, representou para nós um aprofundamento de linguagem, pois tratava-se de um espetáculo realizado ao vivo dentro de um espaço teatral e transmitido em vídeo por meio do YouTube. Nessa criação pudemos investigar o uso da câmera como ferramenta narrativa, como possibilidade criativa no contexto pandêmico. A estreia ocorreu no dia 03 de outubro de 2020.
O nome Tanya, no título do trabalho, se refere a Tanya Savicheva, uma garota russa que tinha 12 anos no início do cerco nazista em Leningrado (1941-1944), cidade onde habitava. O cerco teve início na transição do outono para o inverno russos, época em que as temperaturas podem chegar, em situações extremas, a -40ºC. Durante um ano e meio, de Dezembro de 1941 a Maio de 1942, Tanya escreveu em um diário a morte de cada familiar; a morte havia se tornado uma presença constante durante o cerco. Além do frio intenso, faltavam comida e medicamentos - pois os nazistas controlavam as vias de acesso à cidade -, e os bombardeios e invasões de residências eram constantes.
O nome Tanya, no título do trabalho, se refere a Tanya Savicheva, uma garota russa que tinha 12 anos no início do cerco nazista em Leningrado (1941-1944), cidade onde habitava. O cerco teve início na transição do outono para o inverno russos, época em que as temperaturas podem chegar, em situações extremas, a -40ºC. Durante um ano e meio, de Dezembro de 1941 a Maio de 1942, Tanya escreveu em um diário a morte de cada familiar; a morte havia se tornado uma presença constante durante o cerco. Além do frio intenso, faltavam comida e medicamentos - pois os nazistas controlavam as vias de acesso à cidade -, e os bombardeios e invasões de residências eram constantes.
Além dessa história, também nos inspiramos no livro A guerra não tem rosto de mulher, no qual Svetlana Alekisiévitch reúne relatos de mulheres e garotas que viveram e combateram na Segunda Guerra. Da mesma autora, incorporamos ainda alguns relatos do livro As Últimas Testemunhas.
O espetáculo foi construído a partir de duas matérias centrais: folhas de papel, já presentes em lepAp, e fios de cabelo. A decisão por ambos os materiais deu-se em função de sua presença reiterada em experimentações, jogos e conversas do grupo. O espaço cênico era delimitado por um cubo de papel de 5 m x 5 m x 3,5 m. Além disso, havia ainda uma boneca de 1,2 m feita de papel machê, pintada de vermelho. O cabelo e o papel eram manuseados de forma a reproduzi-la em diversos bonecos humanóides.
Na sonoplastia, estavam presentes recortes de gravações de conversas entre integrantes da companhia, nas quais se destacava a dificuldade do grupo em narrar essa(s) história(s). As falas pontuavam as distâncias e aproximações com os escritos do diário de Tanya Savicheva e a sua repercussão em um grupo de teatro brasileiro em 2020.
Ficha Técnica
Criação
TEATRO SECALHAR - Andromeda, Eduardo Camargo, Fernanda Peyerl, Jade Giaxa, Karina Rozek, Milena Plahtyn, Rafael Rodrigues e Vinicius Medeiros
Performers
Jade Giaxa e Rafael Rodrigues
Cenário
Rafael Rodrigues
Figurino
Jade Giaxa
Sonoplastia
Karina Rozek e Eduardo Camargo
Iluminação e operação de luz
Vini Sant
Operação de câmera
Lidia Sanae Ueta
Contrarregragem
Milena Plahtyn e Vinicius Medeiros
Operação de som
Vinicius Medeiros
Ficha Técnica - III MOSTRA MOVE: GRUPOS DE TEATRO
Coordenação e produção executiva
Eduardo Giacomini
Edição das entrevistas e teaser
Elenize Dezgeniski e Lídia Ueta
Apoio de criação e técnico de iluminação
Lucas Amado
Transmissão ao vivo
Alan Raffo e Lídia Ueta
Designer gráfico
Alessandra Nenevê
Fotos de registro
Elenize Dezgeniski
Assessora de imprensa
Ana Reimann
Grupos convidados
TEATRO SECALHAR; Trupe Periferia; Ave Lola; Ailén Roberto; Grupo P.U.T.O.; Antropofocus; Minha Nossa Cia. De Teatro; CiaSenhas e Grupo Obragem.
Captação de recursos
Meire Abbe
Incentivo
EBANX
Realização
EGM Produções Artísticas e Grupo Obragem de Teatro